quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Linguagem e Gentileza


Para falar sobre o tema, utilizei livros sobre etiqueta e textos de Marcos Bagno. Segundo o linguista (2011), ninguém utiliza a norma culta (seja lá o que isso for, segundo o autor) o tempo todo. O que acontece é que alguns erros ou vícios de linguagem são mais aceitos do que outros. E, mais interessante ainda: os erros mais comumente aceitos são aqueles cometidos pelas classes economicamente favorecidas e os erros menos aceitos são aqueles cometidos pelas classes com menor poder aquisitivo. É o velho problema de sempre exemplificar como erro crasso a frase "a gente fomos à festa ontem" e terminar a crítica dizendo "ninguém vai estar discordando disso no futuro".

Sendo assim, criticar o outro na sua forma de falar está mais para preconceito do que para o completo domínio da norma culta.

Agora, relacionando o que Bagno nos diz e a gentileza:
  • respeite a forma de falar das pessoas;
  • evite corrigir o outro;
  • evite julgar uma pessoa pela forma como ela se expressa;
  • nunca ria ou zombe de uma pessoa pela forma como ela fala (ou por qualquer outro motivo)

Ser gentil significa ser empático, quer dizer, saber se colocar no lugar do outro e imaginar o que a pessoa está sentindo naquela situação. Agora imagine você, em uma roda de conversa, sendo corrigido na frente de todo mundo... Totalmente constrangedor, não é mesmo?

Por isso, leia, procure se informar e seja gentil acima de tudo: se por um lado a comunicação nem sempre depende da utilização da norma culta e utilizá-la em algumas circunstâncias pode soar como pedantismo e até tornar uma conversa muito enfadonha, por outro há situações em que a utilização formal da Língua Portuguesa é imprescindível (como em entrevistas para emprego, em entrevistas dadas aos meios de comunicação, na redação de um texto que será publicado em um jornal, revista ou livro).

Lembre-se de que o ouvinte também interfere na forma como conversamos e, por isso, a linguagem se adequa às situações sendo mais ou menos formal dependendo do contexto.


Referências:

BAGNO, Marcos. Preconceito linguístico: o que é, como se faz. 49 ed. São Paulo: Edições Loyola. 2007. 186 p.

BAGNO, Marcos. Mentiras consagradas. Agosto de 2011. Disponível em <http://marcosbagno.com.br/site/?page_id=1490>. Acesso em 28 de fevereiro de 2012.

BAGNO, Marcos. Preconceito contra a linguistica e os linguistas. Mesa-redonda “Língua e discriminação” (17 de julho de 2001) 13O. COLE (Congresso de Leitura do Brasil), Campinas. Disponível em <http://marcosbagno.com.br/site/?page_id=59>. Acesso em 28 de fevereiro de 2012.