quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Maternidade

Quando minha filha nasceu, decidi parar de estudar e trabalhar para cuidar dela. Foi minha forma de ser mãe. Há mulheres que decidem continuar os estudos ou permanecer no trabalho. Cada uma, à sua maneira, exerce a maternidade. Hoje tenho ex-colegas que são excelentes mães e que se mantiveram na universidade, mesmo com todos os desafios que enfrentaram para estudar e cuidar de uma criança ao mesmo tempo. Algumas já são pós-graduadas. Tenho amigas que se esforçam muito para continuar trabalhando, dando andamento à sua carreira profissional. Hoje muitas estão bem empregadas, concursadas, admitidas em bons empregos no setor privado ou trabalhando na sua própria empresa. Suas crianças são tão saudáveis quanto a minha filha.

Fiquei seis anos sem trabalhar, tentando sempre arrumar um emprego mas minha disponibilidade de tempo não permitia. A prioridade era a minha filha. Trabalhei durante um ano, percebi que fazia falta para minha filha e parei de trabalhar novamente. Muitas mulheres não fazem essa escolha. Mas fazem outras escolhas, tão importantes quanto a minha.

Estou falando isso porque ser mãe é diferente para cada mulher. Cada uma de nós tem uma relação diferente com a maternidade, com a família, com o trabalho. E isso reflete a diversidade na organização das famílias. Essa diversidade precisa ser respeitada. O tempo com as crianças não demanda apenas quantidade: é preciso ter qualidade. Qual seria a qualidade de uma relação entre mãe e filhos sendo a mãe infeliz e frustrada? Uma mãe que não satisfez seu verdadeiro desejo, seja ele ficar em casa com os filhos ou conciliar a maternidade com outras atividades que ela considera importantes?

Por isso, antes de criticar as mães pelas suas decisões — ser mãe em tempo integral ou não — vale pensar o quanto essas escolhas são difíceis.

Segue um texto intitulado "Carta de uma mãe-dona-de-casa, para uma mãe que trabalha", traduzido por Stephanie Andrade. Para ler, clique aqui.

Para ler o texto no site original (em inglês), clique aqui. Tem um texto também para as mães que decidiram ser donas-de-casa.